Neste tópico o relatório, concentra suas considerações na Gestão Compartilhada do Turismo na Região, tecendo os seguintes comentários:

Ø Houve descentralização na implementação do Programa de Regionalização do Turismo, mas de forma heterogênea, envolvendo mais o setor público do que o privado e por diversas motivações;
Ø Seis anos de implementação do Programa de Regionalização do Turismo ainda são pouco tempo para promover uma mudança de cultura política e administrativa que influencie todo o País e que seja capaz de transformar os paradigmas que alicerçaram o desenvolvimento do turismo durante muito tempo: ser uma responsabilidade única do setor público. A gestão compartilhada e descentralizada está em construção, mas com grandes avanços acumulados. Também é importante destacar que num País de dimensões continentais, como o Brasil, será sempre um desafio buscar o desenvolvimento equitativo de todas as regiões turísticas;
Ø A grande maioria das respostas dos entrevistados sobre o papel das instâncias de governança (não apenas as regionais) no processo de regionalização do turismo revelou que há uma compreensão efetiva sobre a importância das instâncias de governança no processo de descentralização da política do turismo;
Ø As observações dos entrevistados revelam a fragilidade das instâncias de governança regional constituídas (ou parte delas), indo de encontro ao seu conceito e razão de ser, quando avaliam que elas ainda têm um caminho a trilhar para alcançar o seu papel de articular a cooperação público-privada, ter autonomia, empoderamento e proatividade e, sobretudo, não serem tuteladas pelo setor público;
Ø Pressupõe-se que as fragilidades das instâncias de governança regionais, inclusive para estabelecer a cooperação público-privada, rebatem fortemente na elaboração e implementação dos planos estratégicos, uma vez que esses colegiados têm um papel preponderante no planejamento das ações regionais, com foco na gestão compartilhada. Os planos devem ser resultado de discussões, parcerias, cooperações e, sobretudo, visão de futuro compartilhada entre os atores da região turística;
Ø Apenas 40% das regiões prioritárias possuem plano estratégico para o turismo. Durante a oficina de avaliação, os Interlocutores destacaram a “falta de visão a longo prazo dos atores locais”, “o despreparo e falta de qualificação para elaborar planos estratégicos regionais”; “as frequentes mudanças de gestores que prejudicam a implementação dos planos”; “a falta de planejamento orçamentário”; “estruturas municipais de turismo ineficientes”; “pouco monitoramento e ausência de indicadores que facilitem as avaliações”; e “instâncias de governança sem estrutura e representatividade para implementar os planos”.
Bem, as avaliações nos mostra que apesar da estruturação das regiões crescerem heterogêneamente há de se destacar que os mandatos eletivos municipais e estaduais, apesar de não se realizarem no mesmo período, contribuem significativamente para que as ações sejam quebradas a cada dois anos.
Pelo fato do programa ser um braço de uma política pública nacional, e por isso de iniciativa do governo em suas instâncias federal, estaduais e municipais, fica sempre à margem aos empresários de que o turismo deva ser tutelado pelo cofres públicos. Daí os problemas relatados no último comentário.
Resta nos enxergar de que o "negócio turismo" deva ser enfrentado em conjunto, sairmos da retórica e arregaçarmos as mangas, pois nossa grande e oportuna experiência mundial está há poucos anos a frente: 2014 e 2016, sem contar que em 2013 teremos turismo religioso.