segunda-feira, 25 de maio de 2020

Simplifique para descomplicar...


Nessa quarentena tenho lido alguns livros, artigos acadêmicos, lives, temas jornalísticos e vários outros que nos tem sido apresentado, como tendências que ora surgem, principalmente no que se refere ao assunto turismo.

Percebo uma chuva de propostas – todas bem intencionadas – umas com os pés no chão e outras nem tanto, para enfrentamento de causa nova e desconhecida, em que mudou o comportamento social das pessoas, e aí tento me concentrar na inquietude e abalos nos fornecedores de serviços turísticos e os tão desejados turistas.



Praia de Coqueiral - Aracruz - ES
Mergulhando nas páginas do livro de Jost Krippendorf, que navega sobre a Sociologia do Turismo para encontrar respostas ao que me propunha, me chama atenção então, uma citação, que os responsáveis políticos pelo turismo são em grande parte “carentes de consciência turística”, no qual ao longo de um bom tempo na atividade, ratifico o pensamento do autor e que o segmento do turismo deve aprender a andar com as próprias pernas como atividade econômica.

Partindo desse pressuposto, gostaria ousar e de elencar algumas recomendações de simplificação de atitudes para descomplicar o que deve ser descomplicado, através de 4 sínteses para os profissionais do turismo, até porque o momento exige nova ebulição de pensamento.

Então segue:

1ª Síntese: Avaliação do Novo Cenário Pós Covid-19:

Estamos em novos tempos, com as pessoas ainda mais amedrontadas, mais exigentes e em busca de novas experimentações.
  • Simplifique então a avaliação de como seu negócio ou destino é percebido pelo turista, quanto aos cinco sentidos sensoriais do Ser Humano: Visão, Audição, Olfato, Paladar e Tato. Aqui poderíamos enumerar uma série de fatores, mas vamos exemplificar a percepção do Tato, que deve ser neste momento considerado como prioridade para as expectativas do turista, face aos protocolos de operação e segurança à saúde;
  • Simplifique de como projetar tudo isso no imaginário e experimentação do turista, no que se refere ao fator da percepção da Visão do turista, no qual, que deverá determinar o marketing e a experimentação oferecida;
  • Simplifique o círculo virtuoso do business e de que a vinda do turista gera trabalho e este gera retorno financeiro. A hospitalidade ofertada é que deve girar em função do atrativo do dinheiro que sustenta o negócio e a manutenção do destino.

2ª Síntese: Capacidade Resolutiva:

Imperioso citar neste aspecto, a capacidade e a coragem de olhar para o umbigo, e fazer valer a Análise Crítica de sua própria capacidade de se reinventar e de se firmar como gestor. Lembre-se da máxima: “A menor distância entre dois pontos é uma reta”.
  • Simplifique no planejamento: Não planeje demais – estabeleça a tese de menos retórica e mais ação;
  • Simplifique na utilização de seus recursos disponíveis de imediato: Evite contrair novos;
  • Simplifique no enfrentamento aos conflitos internos e externos: Não permita perda de energia por situações passadas, o não enfrentamento gera retrabalho e demanda custos;
  • Concentre-se nas prioridades do negócio ou destino: Pratique e Metodologia GUT – as ações de curto prazo permitirão correção de rumos e a sustentação do negócio. Faça reavaliações periódicas conforme influência de fatores externos.
E não menos importante, deve-se levar em consideração além dos aspectos acima, a participação efetiva do seu capital social envolvido e parceiros alinhados.


3ª Síntese: Inovação:

Lembre-se e pense sempre na descoberta da invenção da “roda” há mais de 3.500 anos A.C, portanto há mais de 5.000 anos e perceba a sua importância para o mundo. 
  • Simplifique de que a inovação é relativa ao seu negócio, enquanto redução de custos e satisfação de clientes, então a Análise de Valor será sempre bem-vinda; 
  • Simplifique de que inovar é simplificar... Fazer o básico bem feito pode ser a inovação que tanto buscamos para oferecer atendimento e produtos melhores, reduzir custos e otimizar processos.
  • Simplifique na pesquisa mas esteja aberto aos novos conceitos. A ferramenta que hoje é top, amanhã pode ser obsoleta. Exercer a racionalidade sobre a questão será primordial, principalmente nas ferramentas de gestão.

4ª Síntese: Estrutura da Oferta Turística:

Necessário se faz compreender de que é preciso produzir somente o que se pode vender. É imperioso também que a população local é que deve se adequar aos turistas e não ao contrário, principalmente em seus desejos, suas necessidades e experimentações.
  • Simplifique seus recursos que são estáveis, pois são produzidos e comercializados: Ofereça qualidade diferenciada ou personalizada. Exemplo gastronômico, entre o simples e o necessário, a satisfação será o segredo, o Paladar. 
  • Simplifique seus recursos que são estáticos – os que não podem ser transportados: São partes de todo um conjunto.  Explore o uso racional sem abuso de preços; 
  •  Simplifique os seus atrativos que são imóveis: Os turistas é que se deslocam para usufruí-los. Aperfeiçoe a paisagem e facilite o acesso seguro. A história romantizada, por guias ou condutores, fortalecerá a capacidade da percepção auditiva.
Enfim, simplifique várias vezes para descomplicar, e todo o cuidado com modismos de gestões e novos comportamentos, tais como o Novo Normal. De todo o modo, “o sistema se organiza numa espécie de alternância que poderíamos chamar de ciclo da reconstituição do ser humano na sociedade: viajamos para recarregar as baterias e para reconstituir as forças física e mentais”, assim preconiza Jost Krippendorf para nos despertar...


Então, exercite para descomplicar!!!!


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